Trechos da carta de Pero Vaz de Caminha sobre os ÍNDIOS.
(...) Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que cobrisse sua vergonhas. Nas mãos traziam arcos com sua setas. Vinham todos rijamente sobre o batel, e Nicolau Coelho lhes fez sinal... que posassem os arcos. E eles os pousaram (...) A feição é serem pardos, maneira de avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos (...) Não fazem o menor caso de encobrir ou mostrar suas vergonhas; e nisso têm tanta inocência como em mostrar o rosto. Ambos traziam os beiços de baixo furados e metidos neles seus ossos brancos e verdadeiros, do comprimento de uma mão travessa, da grossura dum fuso de algodão, agudo nas pontas como furador (...) Os cabelos são corredios. E andavam tosquiados, de tosquia alta (...) E um deles trazia por baixo da solapa, de fonte a fonte para trás, uma espécie de cabeleira de penas de aves amarelas (...) Isto me faz presumisse que não têm casas nem moradas a que se acolham, e o ar, que se criam, os faz tais. Nem nós ainda até agora vimos casa alguma ou maneira delas (...)
(...) Eles não lavram, nem criam. Não há aqui boi nem vaca, nem cabra, nem ovelha, nem galinha, nem qualquer outra alimária, que costumada seja ao viver dos homens. Nem comem senão desse inhame, que aqui há muito, e dessa semente de frutos, que a terra e as árvores de si lançam, e com isto andam tais e tão rijos e tão médios que o não somos nós tanto com quanto trigo e legumes comemos (...)
(Pero Vaz de Caminha)
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Ontem eu era "humano". Hoje eu sou Cristão.
Por Ana Burke
Um dia eu fui um guerreiro,
Tinha dignidade, coragem e andava de cabeça erguida,
O meu deus era a floresta e o meu corpo era perfeito,
E todos, tinham respeito e autoridade,
desde a criança até o velho,
Eu era livre, eu era EU e todos éramos NÓS.
HOJE eu sou um vagabundo
Não tenho pátria, não tenho mais a mim mesmo e não temos um ao outro.
Nos transformaram em servos, nos enfraqueceram
Muraram a nossa floresta, trouxeram doenças, e mataram o rio
Roubaram o nosso alimento e destruíram o nosso deus.
O deus deles era mais importante, exigia cultos, o corpo coberto, a cabeça baixa, e ditava regras que eu nunca entendi.
Cobriram as minhas "Vergonhas"
Aprendi a ficar de joelhos,
a dobrar a cerviz e a falar amém
Não tenho mais o meu arco e flecha.
Tenho uma Igreja e uma Bíblia.
Eu não precisava de nada
E HOJE, eu sou miserável em tudo. Ver mais
(...) Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que cobrisse sua vergonhas. Nas mãos traziam arcos com sua setas. Vinham todos rijamente sobre o batel, e Nicolau Coelho lhes fez sinal... que posassem os arcos. E eles os pousaram (...) A feição é serem pardos, maneira de avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos (...) Não fazem o menor caso de encobrir ou mostrar suas vergonhas; e nisso têm tanta inocência como em mostrar o rosto. Ambos traziam os beiços de baixo furados e metidos neles seus ossos brancos e verdadeiros, do comprimento de uma mão travessa, da grossura dum fuso de algodão, agudo nas pontas como furador (...) Os cabelos são corredios. E andavam tosquiados, de tosquia alta (...) E um deles trazia por baixo da solapa, de fonte a fonte para trás, uma espécie de cabeleira de penas de aves amarelas (...) Isto me faz presumisse que não têm casas nem moradas a que se acolham, e o ar, que se criam, os faz tais. Nem nós ainda até agora vimos casa alguma ou maneira delas (...)
(...) Eles não lavram, nem criam. Não há aqui boi nem vaca, nem cabra, nem ovelha, nem galinha, nem qualquer outra alimária, que costumada seja ao viver dos homens. Nem comem senão desse inhame, que aqui há muito, e dessa semente de frutos, que a terra e as árvores de si lançam, e com isto andam tais e tão rijos e tão médios que o não somos nós tanto com quanto trigo e legumes comemos (...)
(Pero Vaz de Caminha)
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Ontem eu era "humano". Hoje eu sou Cristão.
Por Ana Burke
Um dia eu fui um guerreiro,
Tinha dignidade, coragem e andava de cabeça erguida,
O meu deus era a floresta e o meu corpo era perfeito,
E todos, tinham respeito e autoridade,
desde a criança até o velho,
Eu era livre, eu era EU e todos éramos NÓS.
HOJE eu sou um vagabundo
Não tenho pátria, não tenho mais a mim mesmo e não temos um ao outro.
Nos transformaram em servos, nos enfraqueceram
Muraram a nossa floresta, trouxeram doenças, e mataram o rio
Roubaram o nosso alimento e destruíram o nosso deus.
O deus deles era mais importante, exigia cultos, o corpo coberto, a cabeça baixa, e ditava regras que eu nunca entendi.
Cobriram as minhas "Vergonhas"
Aprendi a ficar de joelhos,
a dobrar a cerviz e a falar amém
Não tenho mais o meu arco e flecha.
Tenho uma Igreja e uma Bíblia.
Eu não precisava de nada
E HOJE, eu sou miserável em tudo. Ver mais
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