sexta-feira, 18 de abril de 2014

JESUS A VERDADE POR TRÁS DO MITO REVISTA SUPER

Jesus - A verdade por trás do mito

Historiadores, cientistas e teólogos desmentem mitos criados em torno de Cristo. E abrem as portas para uma nova biografia do fundador da maior religião da Terra

por Cristine Kist
Pensou em Jesus, pensou em deserto. Pelo senso comum, a paisagem onde Cristo viveu é aquela que sempre aparece nos filmes sobre ele: areia, gente esfomeada, mais areia... Só que não. A região em volta do Mar da Galileia, onde Jesus passou a maior parte da vida, não tem nada de deserto. Está mais para uma daquelas paisagens suíças de propaganda de chocolate: um lago de água doce, com uma vegetação colorida em volta. Tudo emoldurado por montanhas. Cartão postal.

E o que o lugar tem de bonito, tem de fértil. Há dois mil anos, as vilas que pontuavam os 64 quilômetros de circunferência do lago produziam toneladas de azeite, figos, nozes, tâmaras - itens valiosos num tempo sem iPads, Galaxies ou TVs de Led. Escavações arqueológicas mostram que a cidade onde Jesus se estabeleceu, Cafarnaum, era o centro comercial de onde esses alimentos partiam para o resto da Palestina. A pesca também era industrial. Magdala, a cidade de Maria Madalena, a 10 quilômetros de Cafarnaum, abrigava um centro de processamento de peixes, onde as tilápias do Mar da Galileia eram limpas, conservadas em sal do Mar Morto, e exportadas para outros cantos do Império Romano. O ambiente era de fartura, pelo menos para os padrões da Antiguidade. Tanto que o próprio milagre da multiplicação dos pães e dos peixes não aparece na Bíblia como uma "ação de combate à fome". Mas como um lanche de fim de tarde mesmo. Segundo os evangelhos, uma multidão tinha seguido Jesus até um lugar ermo para ouvi-lo. Estava anoitecendo. Os apóstolos alertaram o mestre de que, no lugar onde estavam, o pessoal não teria onde comprar comida. Então operou-se o milagre. Sem drama.

A ideia de que Jesus pregava num deserto famélico é só a ponta de um iceberg de mitos que povoam o senso comum quando o assunto é Cristo. Nas próximas páginas vamos ver o que a história, a arqueologia e a própria Bíblia têm a dizer sobre os outros.

1. Ele não nasceu em Belém, nem no Natal
O sino que bate nas canções natalinas não é o de Belém. E também não foi no dia 25 de dezembro que ele nasceu. Tudo o que sabemos sobre o nascimento de Jesus está nos evangelhos de Mateus e Lucas - e são versões bem diferentes. Em Mateus, José e Maria aparentemente viviam em Belém quando ela deu à luz. No evangelho de Lucas, eles moravam em Nazaré, e só se deslocaram até Belém porque Augusto, o imperador romano, decretou que todos os habitantes do império deveriam ir até a cidade onde nasceram seus ancestrais para participar de um censo. Como José, segundo a narrativa, era descendente do rei Davi, que nasceu em Belém, ele e a esposa foram até lá. Evangelhos à parte, hoje é consenso entre os historiadores de que Jesus nasceu mesmo em Nazaré. "Tanto Mateus quanto Lucas dizem que Jesus nasceu em Belém com o objetivo de dizer metaforicamente, simbolicamente, que ele é o `novo rei Davi¿", diz o teólogo americano John Dominic Crossan, um dos maiores especialistas na história do cristianismo. Crossan e outros descartam Belém por um motivo: do ponto de vista dos evangelistas, seria mais simples dizer que ele nasceu e cresceu em Belém mesmo - e então mudou para o Mar da Galileia, onde começou a pregar. Mas como os textos se dão ao trabalho de dizer que ele veio de Nazaré, uma cidade que não tinha nada de especial, o mais provável é que ele tenha nascido lá mesmo. Mais: o motivo que Lucas dá para José e Maria terem ido a Belém não existiu. O governo de Augusto é extremamente bem documentado. E não há registro de censo nenhum. Menos ainda um em que as pessoas teriam que "voltar à cidade de seus ancestrais". 

Outro consenso é o de que Jesus nasceu "antes de Cristo". A fonte aí é a própria Bíblia. Mateus e Lucas dizem que ele veio ao mundo durante o reinado de Herodes, o Grande (não confunda com Herodes Antipas, seu filho, o soberano da Galileia durante a fase adulta de Jesus). Bom, como esse reinado terminou em 4 a.C., ele não pode ter nascido depois disso. E sobre o dia do nascimento a Bíblia é clara: não diz nada. "No início, o cristianismo não tinha uma data exata para o nascimento de Jesus. Então, lugares diferentes celebravam em datas diferentes", diz o teólogo Irineu Rabuke, da PUCRS. O dia 25 de dezembro acabou adotado, no século 4, porque nessa data os romanos já comemoravam uma festa importante, a Natalis Solis Invicti, ou "Nascimento do Sol Invencível". Era uma comemoração pelo solstício de inverno, o dia mais curto do ano. É que, depois do solstício, os dias vão ficando cada vez mais longos. A festa, então, é pela vida, que a partir daí volta a florescer. Por isso mesmo, o solstício de inverno foi celebrado com festa em boa parte das culturas humanas, desde sempre. O círculo de pedras de Stonehenge, por exemplo, já era palco de festas assim 3 mil anos antes de Jesus nascer, por exemplo. Por esse ponto de vista, dá para dizer que o monumento pré-histórico inglês é, no fundo, uma enorme árvore de natal.

2. Os três reis magos não eram reis. Nem eram três
Está no evangelho de Mateus (e só nele): "magos do oriente" ficam sabendo do nascimento de Jesus e seguem uma estrela que os leva até Jerusalém. Lá eles vão até o palácio real e perguntam a Herodes onde é que vai nascer o "rei dos judeus". O soberano consulta estudiosos das Escrituras Sagradas, e informa aos magos que o nascimento deve acontecer na cidade de Belém. Então pede que eles voltem para confirmar o paradeiro de Jesus. Os homens mais uma vez seguem a estrela, agora até Belém (a 10 quilômetros de lá). Então oferecem ouro, incenso e mirra ao recém-nascido. Depois, são alertados em um sonho que não devem contar a Herodes onde Jesus está, e voltam para casa por um caminho alternativo. Herodes, que era ele mesmo o "rei dos judeus", não queria ser destronado, então mandou seus soldados matarem todos os meninos com menos de dois anos na região. Essa é uma história típica da mitologia em torno de Jesus - nenhum historiador busca evidências de magos e estrelas-guias, claro. Acreditar nela ou não é questão de fé. Mesmo assim, alguns elementos dessa fé distanciaram-se do que está na Bíblia. Por exemplo: não há menção a "reis". "A tradição popular é que definiu isso, porque trouxeram presentes caros", diz Irineu Rabuke. O evangelho, aliás, nem diz que eles eram três: só se sabe que eram mais de um, já que são mencionados no plural. Os nomes deles também não aparecem. As alcunhas "Gaspar", "Melquior" e "Baltazar" são de textos do século 5. O mais provável, enfim, é que esses personagens de Mateus sejam inspirados em sacerdotes do zoroastrismo, uma religião persa ligada à astrologia - daí a "estrela de Belém" e o "vindos do oriente", onde ficava a Pérsia (que hoje se chama "Irã"). Bom, se eles foram imaginados como persas mesmo, essa história tem algo de inusitado do ponto de vista geopolítico, como lembra o americano Crossan: "Acho irônico que, no meu país, nós tenhamos três iranianos nos nossos presépios".

3. Ele era moreno, baixinho e de cabelo curto
A Bíblia não fala sobre a aparência de Jesus, Isso deu liberdade para que artistas construíssem a imagem de Cristo de acordo com suas próprias interpretações. Os do Renascimento, por exemplo, desenhavam Jesus à imagem e semelhança dos nobres do norte da Itália. E essa foi a imagem que ficou.

Ok. Mas vamos à ciência: esqueletos de judeus do século 1 indicam que a altura média deles era de mais ou menos 1,55 m. E que a maioria não pesava muito mais do que 50 quilos. Então o físico de Jesus estaria dentro dessa faixa. E mesmo se fosse bem alto para a época, com 1,65 m, por exemplo, ainda seria pequeno para os padrões de hoje. Determinar o rosto é mais difícil. Mas uma equipe de pesquisadores britânicos liderada por Richard Neave, um especialista em ciência forense, conseguiu uma aproximação boa. Usando como base três crânios do século 1, eles lançaram mão de softwares de modelagem 3D para determinar qual seria o formato do nariz, dos olhos, da boca... enfim, do rosto de um adulto típico da época. O resultado foi uma face parecida com a do retrato que abre esta reportagem. Não que aquilo seja de fato o rosto de Cristo. Mas que se trata de uma aproximação cientificamente confiável, se trata.

Quanto à cor da pele, a hipótese mais provável é que fosse morena, como era, e continua sendo, a da maior parte das pessoas no Oriente Médio. E como seria a de praticamente qualquer um que passasse a vida toda ao ar livre naquele calor de lascar. Bom, sobre o cabelo dele quem dá a maior pista é a própria Bíblia. No livro 1 Coríntios, Paulo diz que "cabelo comprido é uma desonra para o homem". O maior divulgador do cristianismo no século 1 provavelmente não diria isso se Jesus tivesse sido notório pela cabeleira. Na verdade, as primeiras representações conhecidas de Cristo, feitas no século 3, mostram um Jesus de cabelo curto. E sem barba, até. "A ideia era mostrar que se tratava de um jovem", diz Chevitarese. A inspiração desses artistas eram as esculturas de Apolo e Orfeu, deuses gregos também retratados como jovens imberbes. Por volta do século 5, essa primeira imagem de um Jesus jovial e imberbe perdeu espaço para uma outra, em que ele está de barba e cabelos longos e escuros.

Esse Jesus moreno e barbudo surgiu no Império Bizantino e é conhecido como Cristo Pantocrator ("todo poderoso" em grego). "Os bizantinos começam a atribuir à figura de Jesus um caráter de invencível. E essa representação de alguma forma coincidia com as que eles faziam dos próprios imperadores bizantinos", diz Chevitarese.

Os renascentistas, depois, também fariam um Jesus à imagem e semelhança das pessoas que conheciam, e que achavam mais bonitas. Daí a pele clara, os cabelo dourado e os olhos azuis. Nas últimas décadas, porém, artistas (e cineastas) têm se esforçado para não representar Jesus como um nórdico. Em A Paixão de Cristo (2004), de Mel Gibson, o protagonista Jim Caviezel chegou a ter os seus olhos azuis transformados em castanhos. Mas ainda falta um filme realista para valer nesse quesito.

4. Jesus era só um entre vários profetas
Cristo viveu em um período favorável para o surgimento de profetas. Só no livro Guerra dos Judeus (do historiador Flávio Josefo, que viveu no século 1) dá para identificar pelo menos 15 figuras semelhantes a Jesus, que viveram mais ou menos na mesma época dele. A Bíblia cita outros quatro. Um é João Batista, que anunciava o fim do mundo aos seus seguidores, e de quem os cristãos herdaram o ritual do batismo. "Cerca de cem anos depois da morte de João Batista, seus discípulos ainda diziam que ele era maior que Jesus", diz Chevitarese. Para o historiador, João Batista era um concorrente de Cristo. Os dois eram profetas apocalípticos (já que pregavam o fim dos tempos) e viviam na mesma região. A diferença é que João chegou primeiro. "Ele não se ajoelharia na frente de Jesus e diria que não é digno de amarrar a sandália dele, como está nos evangelhos. Pelo contrário", diz. Segundo ele, foi a redação da Bíblia, evidentemente favorável a Jesus, que transformou Batista num coadjuvante: "Os textos pró-Jesus é que vão amarrar o Batista à tradição de Jesus. João Batista é um dos melhores exemplos que nós temos de um candidato messiânico marcadamente popular". O segundo desses profetas contemporâneos é Simão, o Feiticeiro. Conforme o livro Atos dos Apóstolos, do Novo Testamento, Simão é conhecido por "praticar mágica", e quando ouve os apóstolos falarem sobre Jesus, oferece dinheiro a eles para tentar comprar o dom de Deus (os apóstolos recusam a oferta, claro). O terceiro desses é Bar-Jesus, que os apóstolos encontram quando chegam à Grécia e a quem nomeiam como "falso profeta". E o último é o "egípcio", com quem Paulo é confundido no templo de Jerusalém. O egípcio era um candidato a Messias que viveu por volta do ano 40, e prometeu levar os seus seguidores para atravessar o leito do Jordão, que, ele dizia, se abriria quando eles passassem. Chevitarese conta que eles sequer tiveram tempo de chegar às margens do rio: "Os romanos, quando ficaram sabendo disso, mandaram a tropa aniquilar todo mundo. Vai que o rio abre mesmo?".

5. Mateus, Marcos, Lucas e João não são os autores dos evangelhos
Mateus e João eram apóstolos. Marcos, um discípulo de outro apóstolo (Pedro). E Lucas era médico de Paulo. Pela tradição cristã, eles são os autores dos quatro evangelhos do Novo Testamento. Mas isso também é um mito. Ninguém sabe quem escreveu os livros. A "autoria" de cada um foi atribuída aleatoriamente pela Igreja bem depois de os textos terem ido para o papiro. O evangelho de Mateus, por exemplo, foi atribuído a Mateus porque ele dá ênfase ao aspecto econômico - e Mateus era o apóstolo que tinha sido coletor de impostos. Já o texto creditado a João é o único dos evangelhos a relatar o episódio em que Jesus, pouco antes de morrer, pede ao apóstolo João que ele cuide de Maria. Aí os créditos ficaram com João.

O que se sabe mesmo sobre os autores é que não eram "autores" no sentido moderno da palavra. Hoje, qualquer um pode ser autor, porque todo mundo sabe ler e escrever. Há 2 mil anos, não. Saber escrever era o equivalente a hoje saber engenharia da computação. Do mesmo jeito que as empresas contratam engenheiros para cuidar de seus mainframes, os antigos contratavam escribas quando precisavam deixar algo por escrito. Com os evangelhos não foi diferente. O mais provável é que comunidades cristãs tenham encomendado esses trabalhos - e ditado aos escribas as histórias que conhecemos hoje. Ditado e entregado outros textos também, para que eles usassem como fonte.

Dos evangelhos, o primeiro a ser escrito foi aquele que hoje é atribuído a Marcos, quase 40 anos após a morte de Jesus. Marcos, enfim, saiu por volta do ano 70. Mateus e Lucas vieram um pouco depois, ente 75 e 80 - até por isso ambos trazem alguns trechos idênticos aos do manuscrito atribuído a Marcos.

Também há muita coisa igual em Mateus e em Lucas, e que não aparece em Marcos. Como? A tese é simples: os dois autores teriam usado uma fonte em comum, que acabou perdida. Os especialistas chamam essa fonte de "Q" ("Q" de quell, que é "fonte em alemão). Sempre que Mateus e Lucas concordam em alguma história que não está em Marcos, então, ela é creditada ao suposto livro "Q". Por causa desse entrelaçamento todo, costumam chamar esses três evangelhos de "sinópticos". Ou seja: os três têm a "mesma ótica". Contam basicamente a mesma história, cada um com algum adendo aqui e alguma omissão ali. Já João, o quarto evangelho, escrito por volta do ano 100, traz uma história diferente. Ali Jesus é mais do que o "filho de Deus": é o próprio Deus encarnado. E a narrativa também muda. Em João ele destrói as barracas dos cambistas e vendedores do Templo de Jerusalém logo no começo da saga, por exemplo. Nos outros, esse ato está bem no final.

Depois foram surgindo mais e mais "biografias" de Jesus. Para diminuir a bagunça, logo depois que o imperador Constantino legalizou o cristianismo, no século 4, a Igreja se organizou para definir quais seriam os livros que fariam parte da Bíblia Cristã. E bateu o martelo para a formação atual do Novo Testamento. O critério da Igreja foi usar os textos mais antigos - os mais confiáveis. Os quatro evangelhos, inclusive, faziam parte da primeira lista de livros sagrados do cristianismo de que se tem notícia, o Cânon de Muratori, compilado em 170 d.C. "A Igreja no século 4 apenas reconheceu o que já eram as suas escrituras por séculos", diz o teólogo Ben Witherington, da Universidade de St. Andrews, na Escócia.

Os textos sobre Jesus que não entraram para a Bíblia acabaram conhecidos como evangelhos "apócrifos" ("ocultos", em grego). Existem dezenas. Um deles, aliás, é aquele descoberto recentemente e que ficou famoso por dizer que Jesus era casado. Não é bem um "evangelho", mas um fragmento de papiro do tamanho de um cartão, em que aparece escrito em egípcio: "Jesus disse a eles: ´Minha esposa (...)`" - o resto está cortado. O manuscrito é dos anos 300 d.C. Bem mais recente que os evangelhos do Novo Testamento. O que ele significa? Que alguma comunidade cristã daquela época acreditava que Jesus era casado. Para a maior parte dos pesquisadores, isso não basta para mudar a "biografia oficial" de Cristo, como diz André Chevitarese: "João Batista era celibatário. Paulo era celibatário. Jesus é um desses casos". 

6. Judas pode não ter sido um traidor
Judas, um dia, foi nome. Hoje, virou adjetivo, sinônimo de ausência de caráter. Mas Judas Iscariotes, que teria entregue Jesus aos romanos em troca de 30 moedas de prata, pode ser um injustiçado. Essa história aparece nos quatro evangelhos - com uma ou outra variação. Para alguns estudiosos, porém, ela é uma farsa. A maior evidência estaria nos textos de Paulo, os mais antigos entre os do Novo Testamento, escritos por volta do ano 50 d.C. Numa passagem na Primeira Epístola aos Coríntios Paulo diz que, depois de ressuscitar, Jesus apareceu para os 12 apóstolos, e não para 11: "Ele foi sepultado e, no terceiro dia, foi ressuscitado, como está escrito nas Escrituras; e apareceu a Pedro e depois aos 12 apóstolos" (Coríntios, 15:5). Ou seja, Judas estaria lá. Não teria se matado após a famosa traição, como dizem os evangelhos. Essa epístola foi escrita pelo menos dez anos antes de Marcos, o primeiro dos quatro.

Outro documento que defende o suposto traidor é o Evangelho apócrifo que ficou conhecido como "Evangelho de Judas". Uma cópia desse manuscrito foi revelada em 2006. Pesquisadores acreditam que o texto foi escrito originalmente por volta do século 2, já que ele foi mencionado em uma carta escrita pelo bispo Irineu de Lyon em 178 d.C. Segundo o texto, Judas teria apenas acatado um pedido de Jesus ao entregá-lo para as autoridades romanas. Nessa versão, Iscariotes era o apóstolo mais próximo do mestre - daí o pedido ter sido feito a ele.

Mesmo se levarmos em conta só os evangelhos canônicos, alguns pesquisadores acham pouco verossímeis as passagens que incriminam Judas. É o caso de John Dominic Crossan: "Para ser sincero, eu vou e volto com essa questão. Mesmo quando respondo afirmativamente [que Judas de fato traiu Jesus], penso nisso como remotamente possível", diz ele. Durante a sua última semana de vida, Jesus era protegido pela presença da multidão durante o dia ("Procuravam então prendê-lo, mas temeram a multidão", Marcos, 28:12), e se protegia ao sair de Jerusalém e ir para Betânia, onde estava hospedado, durante a noite. Na opinião de Crossan, as autoridades romanas não precisariam da ajuda de Judas para encontrar Jesus: "Certamente as autoridades teriam descoberto por si próprias o lugar exato para interceptar Jesus. Então, Judas era mesmo necessário? Essa é minha maior objeção com a figura histórica de Judas como traidor". Por esse ponto de vista, o episódio da traição de Judas teria sido criado para facilitar a conversão dos romanos ao cristianismo. Na época, parte da população do império já começava a se converter, e não ficaria bem se a maior parte da responsabilidade pela morte de Jesus recaísse justamente sobre um romano, Pôncio Pilatos. É o que Chevitarese defende: "Pessoas vindas do ambiente politeísta, principalmente das elites romanas, já estavam se convertendo ao cristianismo por volta de 70 d.C. Por isso, os evangelhos fazem Pilatos lavar as mãos".

7. O Reino dos Céus era na Terra
Todo ano, antes de avisar a Jesus Cristo que ele está aqui, Roberto Carlos olha para o céu e vê uma nuvem branca que vai passando. O céu virou sinônimo de paraíso, é de lá que Deus observa os nossos movimentos e é pra lá que vai quem já morreu. Mas o jovem Jesus, quando tentava convencer seus ouvintes a se comportarem de maneira justa, não dizia exatamente isso. O Reino de Deus (ou Reino dos Céus) que Jesus pregava iria acontecer aqui na Terra mesmo.

Os próprios evangelhos deixam isso claro. Em uma conversa com os discípulos pouco antes de morrer, Jesus diz que alguns deles estarão vivos para ver o reino de Deus chegar: "Dos que aqui estão, alguns há que de modo nenhum provarão a morte até que vejam o Reino de Deus já chegando com poder" (Marcos, 9:1). Em outro momento, Jesus chega a afirmar que o Reino de Deus já chegou: "Ora, depois que João foi entregue, veio Jesus para a Galileia pregando o evangelho de Deus; e dizendo: O tempo está cumprido, e é chegado o reino de Deus. Arrependei-vos, e crede no evangelho" (Marcos, 1:15).

Os discípulos, portanto, acreditavam que o Reino de Deus seria instaurado imediatamente. "No tempo de Jesus, era muito forte a esperança de que se fosse fazer um reino nos moldes do Rei Davi, do Rei Salomão. Quando Jesus falava em `reino¿, as pessoas achavam que só podia ser um reino desse tipo", diz Irineu Rabuske. Mas Jesus era um profeta apocalíptico, e o que ele defendia é que Deus faria uma intervenção em breve e daria início a um reino de paz e justiça.

É verdade que também existem na Bíblia diversas passagens em que Jesus fala sobre um pós-morte. Uma delas está em Lucas. É sobre um homem rico e um mendigo que costumava pedir-lhe esmolas. Depois de morrer, o rico vai para uma espécie de inferno, onde "atormenta na chama". E o mendigo é consolado por Abraão. Cristo é mais claro ainda no evangelho de João. Ele diz a Pilatos que "seu reino não é deste mundo".

Só que Lucas e João são textos mais recentes que Marcos. E para boa parte dos pesquisadores, é por isso mesmo que eles dão ênfase à ideia de um Reino do Céu no "céu".

"Essas referências foram sendo acrescentadas conforme o início do reino não ocorria", diz o arqueólogo e especialista em cristianismo Pedro Paulo Funari, da Unicamp. Ou seja: chegou um momento em que os cristãos tiveram que lidar com o fato de que o reino de Deus talvez não estivesse tão próximo assim. A partir daí, começou um processo de reinterpretação. A pregação de Jesus, de que os bons seriam recompensados e os maus punidos num julgamento que marcaria o fim de uma era no mundo, foi sendo alterada. E o julgamento passou a acontecer no final da vida de cada um. Faz todo o sentido: do ponto de vista argumentativo, é uma versão mais sofisticada. Só quem já morreu pode contestá-la.

PARA SABER MAIS
Jesus Histórico. Uma Brevíssima Introdução
André Chevitarese e Pedro Paulo Funari, Kline, 2012

HEBREUS AFIRMAM E PROVAM A NÃO EXISTENCIA DE JESUS

Hebreus afirmam que Jesus nunca existiu e provam adulterações da Igreja Católica.

001-yahushua-negro-1
Em 2004, Jesus foi eleito o maior ícone negro de todos os tempos, pelo jornal New Nation, o que levou a um debate sobre a cor de sua pele.
“Apesar de as representações comuns, nas culturas ocidentais, do jesus loiro, de olhos azuis e visual hippie, todas as evidências apontam para o fato de que jesus não poderia ter sido de extração escandinava e certamente era um irmão de cor”, disse o jornal.
Nos estudos Jesus / Yeshua / Yahushua é uma farsa – parte 1 e parte 2, provamos que ele é apenas é um ídolo que os judeus plagiaram da mitologia de vários povos pagãos antigos e puseram em um livro que eles mesmos escreveram, o Novo Testamento, que não é um livro sagrado, pois não foi inspirado pelo altíssimo (leia o estudo “por que não acredito no Novo Testamento”).
Então, por que os arcossólios, afrescos e mosaicos das igrejas e capelas, e as bíblias antigas exibiam imagens de um Jesus / Yeshua / Yahushua negro?
Porque os antigos hebreus eram negros e todos sabiam disso, então, para dar crédito à sua mentira, eles tiveram que apresentar uma imagem que estivesse de acordo com a aparência física dos antigos israelitas.
A história confirma que os hebreus eram negros, por isso, algumas das mais antigas imagens de Jesus / Yeshua / Yahushua mostram-no como um negro de pele bem escura.
Este afresco, retratando a cura do paralítico, é a mais antiga representação conhecida do Mashiyach, que data de cerca de 235 d. C.
A pintura foi encontrada, em 1921, na parede do lado esquerdo da câmara batismal da sinagoga dura-europos, no rio eufrates, na síria moderna.
002-pintura-cura-do-paralc3adtico
Este afresco do “bom pastor” acima, foi encontrado no teto da capela de lucina, na catacumba de callixtus, em roma.
003-afresco-do-bom-pastor
Este afresco de Jesus / Yeshua / Yahushua entre os apóstolos está em um Arcossólio da cripta de Ampliato, nas catacumbas de St. Domitilla, em roma. as catacumbas de Domitilla datam do 2° ao 4° século.
004-afresco-do-messias-no-acrossc3b3lio-da-cripta-de-ampliato
Este mosaico é do 6° século e mostra um Jesus de pele muito escura. a imagem é de uma igreja, em roma, e data de 530 d. C.
006-mosaico-do-6-sc3a9c-mostra-messias-de-pele-negra-em-igreja-em-roma-530-aec
Esta imagem etíope é do Séc. XVII ou XVIII e retrata um Jesus / Yeshua / Yahushua de pele negra e cabelo crespo. 
007-01-imagem-etc3adope-do-sc3a9c-17-ou-18-retrata-messias-de-pele-negra
Esta imagem é bem mais recente, do ano de 1960.
007-02-imagem-de-yahushua-negro-de-1960
ESTA BÍBLIA, DE 1611, MOSTRA IMAGENS DOS HEBREUS NEGROS.
008-03-capa-da-bc3adblia-de-1611
ADAM (ADÃO) E CHAVVAH (EVA)
ADAM (ADÃO) E CHAVVAH (EVA)
MOSHEH (MOISÉS)
MOSHEH (MOISÉS)
YAHUSHUA (JOSUÉ)
YAHUSHUA (JOSUÉ)
GID’DON (GIDEÃO)
GID’DON (GIDEÃO)
DAVID (DAVI)
009-05-rei-davi-001
DANIYEL
Profeta Daniel
ZEKARIYAH (ZACARIAS)
Profeta Zacarias
MIRYAM (MARIA)
MIRYAM (MARIA)
KEPH (PEDRO)
KEPH (PEDRO)
SHAUL (PAULO)
SHAUL (PAULO)
OS MÁRTIRES
MÁRTIRES
OS PROFETAS
OS PROFETAS
OS SANTOS
OS SANTOS
Como se pode ver, nesta bíblia de 1611, e antigamente, até mesmo as bíblias corrompidas retratavam os hebreus como um povo de pele negra e, até então, o Mashiyach nunca fora chamado de jesus, nem os israelitas eram chamados de judeus, até mesmo porque o idioma original das escrituras é o hebraico e não existe letra “J” no alfabeto hebraico. Também não existe letra “j” no alfabeto aramaico, grego ou latim e, antes da idade média, esta letra não existia no alfabeto inglês, português, nem em nenhum outro idioma. 
A verdade é que o mashiyach que os israelitas aguardavam (e continuam aguardando porque ele ainda não veio) nunca foi chamado de Jesus, nem de Yeshua, nem de Yahushua e sim de “Yah justiça nossa”.
O povo israelita é composto de 12 tribos e nenhum deles era chamado de judeu. O quarto filho de ya’acov (jacó) se chamava yahudah (judá) e seus descendentes eram chamados de Yahudim. Em português, a palavra correspondente a Yahudim é Judaítas, e não Judeus.
Os povos antigos nunca viram israelitas brancos, nunca chamaram os israelitas de judeus e nunca conheceram um povo chamado Judeu. O povo que hoje é conhecido como judeu, era chamado de edomita porque são descendentes de Esav / Edom.
Há 3 categorias de judeus:
1) Edomitas / Sephardim (Sefarditas) – Eram descendentes de Edom / Esav (Esaú), que foram os primeiros judeus, os judeus orientais que invadiram Shomerom (Samaria);
2) Amalequitas – Eram descendentes de Amalek, que era neto de Edom. Estes são os banqueiros de hoje, aqueles que além de comandarem a mídia universal, incluindo a TV e a Imprensa, o sistema político e religioso, o sistema de educação, de alimentação, de saúde, a indústria da guerra, da música e do cinema, dominam também toda a economia mundial. Entre eles estão a família Rothschild, a família Rockefeller, a família Real Britânica e os participantes do Bilderberg Group ou Clube de Bilderberg. As pessoas mais ricas, influentes e poderosas do mundo, atualmente;
3) Ashkenazim – descendentes de Yaphet (Jafé) por parte de seu filho Togarma (gênesis 10:2-5), que é o patriarca dos turcos, mas se autodenominam Asquenazi porque Yirmeyahu (Jeremias) profetizou que Asquenaz e seus aliados conquistariam a Babilônia (Jeremias 51:27), portanto, os Ashkenazim são europeus, ou seja, são gentios e a única relação que eles têm com os hebreus é que se misturaram com os edomitas (descendentes de Esaú / Edom), mas não são descendentes de Ya’aqov (Jacó), então, não são israelitas.
Os verdadeiros israelitas foram capturados e trazidos para o ocidente, como escravos, em navios negreiros, durante o tráfico transatlântico e, quando chegaram aqui, seus nomes originais hebraicos foram substituídos por nomes ocidentais, cristãos ou judeus, e foram proibidos de manter sua crença.
Eles não tinham acesso, nem mesmo às bíblias corrompidas porque era proibido ler ou ensinar a bíblia à um escravo pois o plano dos nossos inimigos, era fazer com que nosso povo esquecesse completamente suas origens para que sua verdadeira identidade fosse ocultada e totalmente apagada.
Imagine se os escravos negros abrissem uma bíblia como esta, de 1611, e visse todo o seu povo retratado nela… isso estragaria os planos dos seus opressores porque jamais esqueceriam suas origens israelitas. Isso sem falar no Jesus / Yeshua / Yahushua do Novo Testamento que eles, como verdadeiros israelitas, sabiam muito bem que ele (Jesus) nunca existiu, que não era o Mashiyach hebreu e toda a história acerca dele é uma farsa.
Repare que os escravos cantavam canções que falavam de Yah, de Mosheh, do cativeiro da Babilônia e de diversas coisas que aconteceram muito antes da suposta vinda de Jesus / Yeshua / Yahushua, mas nunca falavam dele.

Kumbayah (Passe Por Aqui, Yah)

 http://youtu.be/LJr6FknZhpM

Let My People Go (Go Down Moses) – Deixe Meu Povo Ir (Descer Com Moisés)

My Home Is Over Jordan (Deep River) – Minha Casa Fica Além do Rio Jordão (Rio Profundo)

Agora, Eu pergunto:
Qual a razão dos israelitas lembrarem de coisas muito mais antigas e esquecerem de mencionar Jesus / Yeshua / Yahushua, se ele foi alguém tão importante, o Messias, o Salvador, e que era muito mais recente do que as coisas antigas das quais eles falavam?
Resposta:
OS ISRAELITAS NUNCA FALARAM DE YESHUA / YAHUSHUA / JESUS PORQUE ELE NÃO É O MASHIYACH, NÃO É O SALVADOR E NUNCA EXISTIU, E TUDO O QUE O NOVO TESTAMENTO DIZ A RESPEITO DELE, É MENTIRA!
O novo testamento e seu falso Messias são uma farsa e se os israelitas que foram trazidos para o ocidente como escravos tivessem acesso às bíblias desde que chagaram aqui, além de nunca esquecerem o seu passado, poderiam contar a todos que o Novo Testamento é pura mentira.
Os opressores tinham que eliminar as evidências, o máximo possível, para que o mundo não pudesse perceber que aqueles escravos negros eram os israelitas bíblicos e foi justamente nesta época que começaram a trabalhar intensamente na retirada das imagens dos hebreus negros de circulação, na substituição dessas imagens por imagens falsas que retratavam os hebreus como um povo de pele branca, e na substituição dos verdadeiros Israelitas pelos Judeus.
Toda esta farsa de retratar os hebreus com a aparência européia e chamar os israelitas de judeus ganhou força com o advento da supremacia branca. As imagens de hebreus negros foram sendo retiradas de circulação enquanto imagens de hebreus brancos foram divulgadas em larga escala, assim como a palavra judeus e o nome Jesus.
 VEJA O PINTOR ALTERANDO AS IMAGENS:
010-01-pintores-alterando-as-imagens-dos-hebreus-001 
010-02-pintores-alterando-as-imagens-dos-hebreus-002
ESSES SÃO ESBOÇOS DE CESARE BORGIA, FEITOS PELO FAMOSO PINTOR LEONARDO DA VINCI. 
011-esboc3a7os-de-cesare-borgia-por-leonardo-da-vinci-001
DA VINCI CRIOU A IMAGEM DE JESUS BASEANDO-SE NA FIGURA DE CESARE BORGIA.
012-02-cesare-borgia-002
012-01-cesare-borgia-001
012-03-cesare-borgia-e-jesus-001
012-04-cesare-borgia-e-jesus-002
E ESSAS IMAGENS FORAM TÃO DIVULGADAS QUE ACABARAM SENDO ACEITAS COMO SE ISSO FOSSE, REALMENTE, A APARÊNCIA FÍSICA DO MASHIYACH. MAS ESTAMOS NO FIM DOS TEMPOS E O CONHECIMENTO ESTÁ SE MULTIPLICANDO (DANIYEL 12:4). 
CONFIRA ESTE ESTUDO TAMBÉM EM VIDEO:
Fonte: http://hebreuisraelita.wordpress.com/tag/biblia-de-1611/
 http://www.youtube.com/user/OHEBREUISRAELITA2