Publius Lentulus, em pintura de Delpino Filho.
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Francisco Cândido Xavier, ou Chico Xavier, escreveu um livro entitulado “Há dois mil anos”, que segundo os espíritas o autor é o espírito Emmanuel, reencarnado como Publius Lentulus Cornelius (ou Públio Lêntulo Cornélio). Ele também afirma em seu livro que Públio Lêntulo conviveu com Jesus, que Jesus curou a filha deste de lepra, que a esposa, Lívia, se tornara cristã e que o mesmo foi importante no julgamento de Jesus.
Graças à digitalização feita pela Biblioteca Nacional de diversos periódicos do país, muita coisa sobre o espiritismo no Brasil está vindo a lume. E eis que descobri uma reportagem de Attila Paes Barreto no “Diário de Notícias” de 12/08/1944 em que ele revela a fonte que Chico Xavier se baseou para compor seu guia espiritual de toda a sua vida, “Emmanuel/Públio Lêntulo”. E o melhor de tudo, a fonte já está disponibilizada para que todos queiram consultar ou fazer download.
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A DUPLA DO BARULHO
O sr. Agrippino Grieco fora vitima de uma ilusão (a falta de cultura e de inteligência de Chico Xavier) e deixara-se impressionar por certa anomalia psicofisiológica que ele não conhecia e que nem um Charles Richet, nem um William James, nem um René Sudre, nem um HarryPrice, para não citar outros, jamais consideraram fenômeno metapsíquico, anomalia da qual resulta aquilo que na moderna psicofisiologia se chama — escrita semi-mecânica ou semi-automática.
Os indivíduos, como o Chico, que a possuem, por sua livre e espontânea vontade e em dia e hora previamente marcados. empunham um lápis e deixam que sua mãozinha corra sobre uma folha de papel espalhando sobre ela o que lhe sai (ou o que eles acumularam) na sua própria fantasia, na sua própria imaginação, ou o que eles (e não este ou aquele espírito sentem ou sabem a respeito deste ou daquele assunto.
Suas leituras anteriores, seu nível intelectual e seus estados emocionais — condicionam — toda a sua chamada “produção mediúnica”.
Eis algo do que eu vinha sustentando, sozinho, pela imprensa de Minas, de mais de um ano para cá.
Sustentando sozinho e enfrentando quanto espírita se atravessava na minha frente, para tentar fazer-me calar de qualquer maneira.
Pois muito bem. David Nasser e Jean Manson, a dupla do barulho, numa sensacional reportagem levada a efeito em Pedro Leopoldo, verificaram e fotografaram tudo quanto eu, até então, sozinho, e enfrentando quanto espírita se atravessava na minha frente, vinha sustentando pela imprensa de Minas!
Até Tolstoi, David Nasser e Jean Manzon encontraram na estante de Chico Xavier.
Um livro como “O homem, esse desconhecido”, fora, por Chico Xavier (talvez numa ânsia de se conhecer a si próprio), devorado em quatro horas de seguida leitura.
Está de parabéns, repito, a dupla do quadro especial dos “Diários Associados”.
Agora, uma coisa: tivessem David Nasser e Jean Manzon revolvido toda aquela papelada que encontraram no quarto de Chico Xavier, e talvez, ainda encontrassem, ali, não “ La Grande Enciclopedia Espanhola” ou outro camalhaço qualquer e, sim uma seletinha do prof. Marques da Cruz e uma coletânea intitulada “Crestomatia”, do prof. Radagasio Taborda, obras adotadas ou de uso aconselhado nos estabelecimentos de ensino em Minas Gerais e origem de Publius Lentulus, do hoje famoso Publius Lentulus de Pedro Leopoldo.
Attila Paes Barreto
Para baixar o livro “Crestomatia” siga o link abaixo. A referência ao Públio Lêntulo está nas páginas 105-106.
Poderemos ver que toda a descrição sobre “Retrato de Cristo”, se encontra neste livro escolar.
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Retrato de Cristo
Descrição plagiada do livro “crestomatia”
Públio Lêntulo, nobre romano que governava a Judéia no tempo do Jesus Cristo, em uma carta que dirigiu ao Senado do grande Império e até hoje incontestada, faz da pessoa do Homem Deus a descrição que abaixo reproduzimos:
“No momento em que vos escrevo, existe aqui um homem de singular virtude, que se chama Jesus.
“Os bárbaros o têm em conta de profeta, mas os seus sectários[1] o adoram como filho dos deuses imortais. Ressuscita os mortos e cura os enfermos, falando-lhes e tocando-os.
“É de estatura elevada e bem conformada, de aspecto ingênuo e venerável. Seus cabelos de uma cor indefinível caem-lhe em anéis até abaixo das orelhas e espalham-se pelos ombros[2] com uma graça infinita, trazendo-os ele repartidos, à moda dos Nazarenos.”[3]
“Tem fronte larga e espaçosa, e as faces coloridas de amável rubor. O nariz e a boca, de uma admirável regularidade. A barba, da mesma cor dos cabelos, desce-lhe espessa até os peitos, bipartida, à semelhança de forquilha. Os olhos brilhantes, claros e pequenos.
“Prega com majestade;[4] e suas exortações são cheias de brandura. Fala com muita eloqüência e gravidade. Ninguém jamais o viu rir: muitos porém o têm visto chorar, não poucas vezes. É sobremodo sábio, moderado e modesto, um homem, enfim, que, por suas divinas perfeições, eleva-se acima de todos os filhos dos homens”.
[1] Sectário: aquele que professa as doutrinas de uma seita, ou religião; assecla.
[2] A grafia hombros não se justifica.
[3] Seita religiosa antiga entre os hebreus.
[4] A grafia majestade não é abonada pela etimologia (do acusativo majestatens em latim).
Como se vê, além de o livro ser adotado nas escolas de Minas Gerais, ele trata tal personagem como real, o que é um erro já desmentido diversas vezes. No Brasil, além do sr. Attila Paes Barreto, o historiador mineiro Lúcio José dos Santos à época já tentava evitar que tal erro se propagasse, infelizmente sem sucesso. Isso somente prova, mais uma vez, que nem todos “engoliram” o pseudo-Lêntulo, e mais, que, SE A FEB REALMENTE QUISESSE, se fosse de seu interesse, poderia ter sustado a farsa ainda, praticamente, em seu nascedouro.
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Contestação da Carta atribuída a Públio Lêntulo
Por Ana Burke
Para quem não sabe, Publius Lentulus ou Públio Lêntulo era um suposto senador romano que talvez tenha vivido na Galiléia na época de Jesus e o tenha conhecido. É o que diz a suposta carta mostrada acima denominada “Retrato de Jesus” . É fácil saber que esta carta foi fabricada, falsificada, porque Jesus, se existiu, não poderia combinar em nada com esta descricão. Isto porque os hebreus, todos, eram negros de origem, e como os etíopes. Eles tinham, portanto, origem africana. A própria bíblia afirma isto:
Não me sois, vós, ó filhos de Israel, como os filhos dos etíopes? diz o Senhor: Não fiz eu subir a Israel da terra do Egito, e aos filisteus de Caftor, e aos sírios de Quir?
Amós 9:7
Além da bíblia, temos também imagens, pinturas, gravuras ou desenhos deixados pelos primeiros cristãos:
(A pintura de parede abaixo, retratando a cura do paralítico, é a mais antiga representação conhecida de Jesus, que data de cerca de 235 d.C. A pintura foi encontrada em 1921 na parede do lado esquerdo da câmara batismal da igreja-casa em Dura-Europos, no rio Eufrates, na Síria moderna. Ela agora faz parte da coleção Europos Dura na Galeria da Universidade de Yale de Belas Artes).
Compare o Jesus da foto com a descrição de Chico Xavier:
É de estatura elevada (onde?) e bem conformada, de aspecto ingênuo e venerável. Seus cabelos de uma cor indefinível caem-lhe em anéis até abaixo das orelhas e espalham-se pelos ombros[2] com uma graça infinita, trazendo-os ele repartidos, à moda dos Nazarenos.”[3]
Tem fronte larga e espaçosa, e as faces coloridas de amável rubor (aqui se afirma que Jesus era branco). O nariz e a boca, de uma admirável regularidade.A barba, da mesma cor dos cabelos, desce-lhe espessa até os peitos, bipartida, à semelhança de forquilha. Os olhos brilhantes, claros e pequenos.
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Confirmando a Mentira
Existe uma outra versão da mesma carta mostrada acima e intitulada, o “Retrato de Jesus”. Esta versão nos diz completamente o oposto da “suposta” carta atribuída a Públio Lêntulo.
No primeiro século o escritor “judeu” Flávio Josefo (37-100 d.C.) escreveu o mais antigo testemunho não-bíblico de Jesus a partir de registros oficiais romanos aos quais ele teve acesso. Ele passa esta informação no seus trabalho em Halosis trabalho ou a “Captura (de Jerusalém)”, escrito por volta de 72 d.C., Josefo discutida “a forma humana de Jesus e suas obras maravilhosas.” Infelizmente o seu textos passaram por mãos cristãs que os alteraram, removendo o material ofensivo. Felizmente, no entanto, o estudioso bíblico Robert Eisler, em um estudo clássico de 1931, reconstruiu o testemunho de Josefo baseado em uma antiga tradução para o russo recém-descoberta que preservou o texto original grego. De acordo com a reconstrução de Eisler, a mais antiga descrição não-bíblica de Jesus tem a seguinte redação:
Naquela época, também apareceu um homem de poder mágico … se valer a pena chamá-lo de um homem, [cujo nome é Jesus], a quem [certos] gregos chamam de filho de Deus, mas os seus discípulos o chamam de “o verdadeiro profeta” … ele era um homem de aparência simples, idade madura, de pele negra (melagchrous), estatura baixa, de três côvados de altura, corcunda, prognathous (literalmente “com um rosto comprido ‘[macroprosopos]), um nariz comprido , sobrancelhas que se reuniam acima do nariz … com escasso [encaracolado] cabelo, mas com uma linha no meio da cabeça a moda dos nazarenos e uma barba subdesenvolvida .
Este homem pequeno, de pele negra, maduro, corcunda, chamado Jesus, com umamonocelha, cabelo encaracolado curto e barba subdesenvolvida NÃO tem qualquer semelhança com o “Retrato de Cristo” do suposto Emmanuel ou Públio Lêntulo. Este mais antigo registro textual, combina mais com a antiga evidência iconográfica,
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Outra PROVA da farsa, da fraude sobre a suposta carta de Públio Lêntulo
A seguir temos uma moeda do reinado do imperador bizantino Justiniano II (685-711 d.C.): Busto de Cristo em ouro sólido em frente, com cabelo encaracolado (trancinhas talvez), barba curta, segurando o Evangelhos na mão esquerda, a cruz atrás da cabeça; no verso vemos Justiniano à esquerda e Tibério à direita. O vendedor, David R. Sear, forneceu um certificado de autenticidade para esta moeda, com a seguinte explicação: O retrato nesta moeda foi baseado em um ícone acreditado pelas pessoas da época como tendo uma semelhança miraculosa da aparência real de Cristo.
Percebam que o Cristo da moeda não tem NADA da descrição dada por Chico Xavier e a suposta reencarnação de Emmanuel, Públio Lêntulo. Mas ao contrário, tem TUDO da descrição dada pela carta de Flávio Josefo.
prognathous (literalmente “com um rosto comprido ‘[macroprosopos]), um nariz comprido , sobrancelhas que se reuniam acima do nariz … com escasso [encaracolado] cabelo, mas com uma linha no meio da cabeça a moda dos nazarenos e uma barba subdesenvolvida
A descrição de Josefo sobre Jesus foi agora apoiada pela nova ciência de antropologia forense. Em 2002, os cientistas forenses britânicos e arqueólogos israelenses reconstruíram o que acreditam ser a imagem mais precisa de Jesus com base em dados obtidos a partir de uma abordagem multi-disciplinar.
Em dezembro de 2002 a “Popular Science Magazine” publicou uma reportagem de capa sobre os resultados que confirmam que Jesus teria sido baixo (estatura), em torno de 1,5 m5, o cabelo “curto com cachos”, um rosto castigado pelo tempo “, o que teria feito com que ele parecesse mais velho, “Olhos e pele escuros:” ele provavelmente parecia muito mais como um semita de pele escura do que os ocidentais estão acostumados a ver “, concluíram. A evidência textual, visual e científica concorda, então: Jesus provavelmente era um semita de baixa estatura, pele escura, cabelo encaracolado curto e olhos escuros.
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Outras provas de que a carta ou Públio Lêntulo é uma mentira, uma farsa montada.
Esta imagem abaixo nos mostra Maria e Jesus, NEGROS.
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Observe a foto
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Em 2004, Jesus foi eleito o maior ícone negro de todos os tempos, pelo jornal New Nation, o que levou a um debate sobre a cor de sua pele.
Apesar de as representações comuns, nas culturas ocidentais, do jesus loiro, de olhos azuis e visual hippie, todas as evidências apontam para o fato de que jesus não poderia ter sido de extração escandinava e certamente era um irmão de cor”, disse o jornal.
Esta bíblia abaixo mostra todos os hebreus negros, INCLUSIVE Adão e Eva. O que faz cair por Terra a Teoria da Raça Adâmica superior, mais inteligente e constituída por BRANCOS descrita por Kardec e confirmada pelo suposto espírito de Públio Lêntulo ou Emmanuel de Chico Xavier.
Adão e Eva. Bíblia de 1611
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Como Allan Kardec descreve a Raça Adâmica
38. – De acordo com o ensino dos Espíritos, foi uma dessas grandes imigrações, ou, se quiserem, uma dessas colônias de Espíritos, vinda de outra esfera, que deu origem à raça simbolizada na pessoa de Adão e, por essa razão mesma, chamada raça adâmica.
Quando ela aqui chegou, a Terra já estava povoada desde tempos imemoriais, como a América, quando aí chegaram os europeus. Mais adiantada do que as que a tinham precedido neste planeta, a raça adâmica é, com efeito, a mais inteligente, a que impele ao progresso todas as outras.
A Gênese no la mostra, desde os seus primórdios, industriosa, apta às artes e às ciências, sem haver passado aqui pela infância espiritual, o que não se dá com as raças primitivas, mas concorda com a opinião de que ela se compunha de Espíritos que já tinham progredido bastante.
Tudo prova que a raça adâmica não é antiga na Terra e nada se opõe a que seja considerada como habitando este globo desde apenas alguns milhares de anos, o que não estaria em contradição nem com os fatos geológicos, nem com as observações antropológicas, antes tenderia a confirmá-las.
39. – No estado atual dos conhecimentos, não é admissível a doutrina segundo a qual todo o gênero humano procede de uma individualidade única, de há seis mil anos somente a esta parte. Tomadas à ordem física e à ordem moral, as considerações que a contradizem se resumem no seguinte:
Do ponto de vista fisiológico, algumas raças apresentam característicos tipos particulares, que não permitem se lhes assinale uma origem comum. Há diferenças que evidentemente não são simples efeito do clima, pois que os brancos que se reproduzem nos países dos negros não se tornam negros e reciprocamente. O ardor do Sol tosta e brune a epiderme, porém nunca transformou um branco em negro, nem lhe achatou o nariz, ou mudou a forma dos traços da fisionomia, nem lhe tornou lanzudo e encarapinhado o cabelo comprido e sedoso (Pessoas que não tem o cabelo sedoso e pele branca não são evoluídas espiritualmente).
Sabe-se hoje que a cor do negro provém de um tecido especial subcutâneo, peculiar à espécie. Há-se, pois, de considerar as raças negras, mongólicas, caucásicas como tendo origem própria (Impossível todos terem sido gerados da mesma fonte, o espírito é evoluído ou não, dependendo da cor da pele) como tendo nascido simultânea ou sucessivamente em diversas partes do globo. O cruzamento delas produziu as raças mistas secundárias. Os caracteres fisiológicos das raças primitivas constituem indício evidente de que elas procedem de tipos especiais. As mesmas considerações aplicam, conseguintemente, assim aos homens, quanto aos animais, no que concerne à pluralidade dos troncos. (Cap. X, nos 2 e seguintes.)
Nada do que Allan Kardec diz acima é verdade. NADA. Ele não está falando em espiritualidade, mas em conhecimentos adquiridos e classifica as pessoas de acordo com a aparência física destas. Mas mesmo que fosse assim, nada é verdade e ele, como um suposto educador, deveria saber disso. E está mentindo descaradamente dizendo que os povos que estavam aqui antes dos brancos eram mais atrasados do que estes. Impossível e é muito fácil provar isto e um dos exemplos pode ser a Suméria e o egito se formos considerar civilizaçoes e não tribos.
A Suméria, os mesopotâmios, núbios, fenícios, e egípcios por exemplo deixaram legados com valores incalculáveis para a humanidade e nenhum deles pertencia à “Raça Adâmica” e não falando aqui também nos povos do Vale do Indo, chineses, Japoneses e nativos das américas.
Veremos aqui apenas uma amostra do que realmente significa “ser evoluído” e “ser atrasado”, tanto em açoes como espiritualmente falando.
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E Allan Kardec acrescenta ainda:
O NEGRO pode ser belo para o negro, como um gato é belo para um gato; mas não é belo no sentido absoluto, porque os seus traços grosseiros, seus lábios espessos acusam a materialidade dos instintos; podem bem exprimir as paixões violentas, mas não saberiam se prestar às nuanças delicadas dos sentimentos e às modulações de um espírito fino [...]
o HOTENTOTE é de uma raça inferior; então, perguntaremos se o Hotentote é um homem ou não. Se é um homem, por que Deus o fez, e à sua raça, deserdado dos privilégios concedidos à raça caucásica? Se não é um homem, porque procurar fazê-lo cristão?
Ver mais em:
http://www.exsurge.com.br/apologeticas/espiritas/textos%20espiritas/oracismodeallankardec.htmhttp://www.nacaomestica.org/KardecMFP.htm Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Instituto de Difusão Espírita, Araras, São Paulo, sem data, capítulo V, p. 126, 127. Allan Kardec, A Gênese, Cap. XI – Gênese Espiritual, 29-32. Allan Kardec, Obras Póstumas, retirado dehttp://www.amplasistemas.com.br/sites/kardec/htmlpublico/kardec001/ppo2191.htm.
http://obraspsicografadas.org/2013/descoberta-a-origem-de-pblio-lntulo/